![Ideias](https://lhlima.wordpress.com/wp-content/uploads/2015/07/shutterstock_115512124.jpg?w=700)
Mesmo com o passar do tempo muitas empresas continuam seus trabalhos e projetos utilizando práticas e metodologias ultrapassadas, onde pessoas passam muito tempo projetando e documentando as funcionalidades do sistema, criando alta dependência entre processos e pessoas.
Muitas empresas acreditam que ser ágil é o mesmo que ser informal, e isso não é verdade. Ser ágil dentre outras características, é ser formal apenas nos momentos nos quais a formalidade é necessária, não afetando o andamento do projeto.
A grande preocupação das empresas é o número de horas extras geradas em cada projeto. A realização de horas extras é um indicador de atraso no andamento do projeto. O grau de assertividade de um planejamento de 120 dias certamente é menor que um de 15 dias.
Metodologias ágeis estabelecem entregas semanais, quinzenais ou mensais, facilitando muito o planejamento e soluções de impeditivos no decorrer do projeto.
Outro grande problema enfrentado utilizando metodologias não ágeis é a entrega única, apenas no final do projeto. Em alguns casos o pior acontece, ou seja, o “não aceite” do produto por parte de cliente. Esse cenário sem dúvida é um dos
mais críticos para um projeto pois tempo, dinheiro, expectativa e confiabilidade foram perdidas.
Entregas frequentes visa à construção de software simples, e conforme os requisitos surgem, há atualização do software. Cada versão entregue deve ter o menor tamanho possível, contendo requisitos de muito valor para o negócio. Idealmente devem ser entregues versões a cada mês, ou no máximo a cada dois meses, aumentando a possibilidade de feedback rápido do cliente, e a probabilidade de o software final estar de acordo com os requisitos do cliente.
A cooperação e a iteração constante entre cliente e equipe de desenvolvimento também são um dos pontos fortes nos processos de desenvolvimento baseados em metodologia ágil.
Outra característica muito importante do método ágil é a realização de rápidas reuniões diárias, onde são expostas de maneira pontual quais são as tarefas a serem executadas no próximo dia, o que estão fazendo ou se existe algum
impeditivo que possa causar algum impacto ou atraso no projeto.
Uma equipe ágil é formada por integrantes que possuem conhecimentos distintos, e todos trabalham com somente um propósito. Essa equipe é chamada de Multidisciplinar.
Um time multidisciplinar detém todo conhecimento do projeto em andamento, sabendo administrar o tempo e execução dos procedimentos para conclusão do processo. O time é auto gerenciável, dispensando qualquer tipo de gerente ou líder. Esse time não deverá sofrer nenhum tipo de influência externa, seja na execução, atribuições das tarefas, ou mesmo na manutenção do time.
Um dos grandes equívocos na execução de projetos é a concentração de esforço em um único indivíduo, mesmo que a produção seja um esforço coletivo.
Muitas empresas acabam cometendo esse equívoco involuntariamente, quando oferecem bônus por desempenho ou promoções por produtividade.
Em um artigo intitulado “The New New Product Development Game” [“O NOVO JOGO PARA O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS”], que descreveria que se tornou o SCRUM, os professores TAKEUCHI E NONAKA (Takeuchi, 1986) descreveram as características das equipes que viram nas melhores empresas do mundo:
1) Transcendência: elas têm um senso de propósito além do comum. O objetivo percebido por todos permite que eles transformem o ordinário em extraordinário. De uma forma bastante verdadeira, a decisão de não estar na média, mas ser grandioso, muda o modo como eles se enxergam e o que são capazes de fazer.
2) Autonomia: as equipes se auto organizam e se auto gerenciam; têm o poder de tomar as próprias decisões sobre como fazer o próprio trabalho e têm o poder de fazer com que tais decisões sejam acatadas.
3) Interfuncionalidade: as equipes possuem todas as habilidades necessárias para concluir o projeto: planejamento, projeção, produção e distribuição. E tais habilidades alimentam e reforçam umas às outras. “Quando todos os membros da equipe se concentram em uma sala, a informação de alguém se torna sua, mesmo sem você percebe r. Então, você começa a pensar o que é melhor fazer primeiro e o que é melhor fazer depois pelo grupo como todo, e não apenas de acordo com o que é melhor para você”.
Um dos testes para saber se a equipe está no caminho certo é quando pergunta, digamos, para um engenheiro de rede: “Em que equipe você está? ”. Se a pessoa responder mencionando o produto em que estão trabalhando (automação ou integração, por exemplo) em vez de sua especialidade (ou seja, engenharia de rede), ela assente em aprovação. Quando um especialista se identifica mais com a sua especialidade do que com o produto que está desenvolvendo, então sabe-se que ainda tem trabalho a fazer.
Recomenda-se que um time ágil tenha no máximo sete integrantes, podendo haver variações de duas para mais ou para menos. Quanto se tem mais integrantes na equipe, a velocidade costuma cair, ou se já, a equipe se torna mais lenta.
![Solução Ágil](https://lhlima.wordpress.com/wp-content/uploads/2015/07/reflexoes-sobre-manifesto-agil-colaboracao-com-cliente.jpg?w=700)
Um conceito chamado “Lei de Brooks”, [DE FRED BROOKS, O MÍTICO HOMEM-MÊS – 1975] diz que “acrescentar mais gente em um projeto de software atrasado resulta em um atraso ainda maior”. O atraso de um projeto não corresponde na velocidade do time e sim como o time está sendo gerenciado e de que forma estão trabalhando.
Uma das técnicas, ou teorias aplicadas em métodos ágeis, prega basicamente que podemos atingir 80% dos resultados esperados focando em apenas 20% das tarefas. Essa explanação parece muito simplista, mas quando aplicada à realidade de uma empresa que utiliza o desenvolvimento ágil, faz todo sentido.
Ao invés de gastarmos uma grande parte do tempo fazendo planejamentos enormes, criando artefatos gigantescos sem necessidade, vamos direto ao foco, no que realmente é importante, gerando resultados esperados com muito menos
esforço e desperdiço de tempo e dinheiro.
“Mudar ou morrer. Ficar preso ao mundo antigo de fazer as coisas, de mandar ou controlar e manter uma previsibilidade rígida resultará apenas no fracasso. Nesse meio tempo, a concorrência que estiver disposta a mudar deixará você comendo poeira”. [SCRUM – A ARTE DE FAZER O TRABALHO NA METADE DO TEMPO – JEFF SUTHERLAND, POS. 449] (SUTHERLAND, 2014)
Referências
SOARES, M. D. (2001). Comparação entre Metodologias Ágeis e Tradicionais para o
Desenvolvimento de Software.
SUTHERLAND, J. (2014). Scrum – A Arte de fazer o trabalho na metade do tempo. LEYA BRASIL.
Takeuchi, H. a. (1986). The New New Product Development Game.
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